quinta-feira, 11 de maio de 2017

Projeto que promete redução de até 50% dos índices criminais em 6 meses é apresentado ao governo do RN


O Governo do Rio Grande do Norte, que vem registrando índices crescentes de violência – principalmente nos casos de homicídio (já são mais de 800 em apenas quatro meses, média de 6,7 assassinatos por dia) – recebeu esta semana uma proposta de projeto que promete reduzir pela metade, e em apenas seis meses, os índices de criminalidade. No estado, a média atual é de 22,64 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) – é considerada aceitável uma taxa de 10 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.

Idealizador do programa, o consultor em segurança empresarial Igor Pipolo revelou ao G1 que o plano também prevê a construção de um presídio privado e a implantação do chamado RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) para 150 detentos considerados de alta periculosidade.

“São medidas que possibilitarão ao governo do RN a retomada definitiva do controle do sistema prisional e uma vigilância eficiente sobre os chefes de facções criminosas que atuam no estado”, ressaltou.

Natalense, Pipolo mora atualmente nos Estados Unidos. Em janeiro desse ano, ele foi premiado no México como um dos 100 homens mais influentes da América Latina na área de segurança. O evento foi promovido pela revista Seguridad en América.

GPC

Apresentado pessoalmente à delegada Sheila Freitas, que recentemente assumiu a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, o projeto foi batizado de “GPC” - Gestão de Problemas Criminais.

A assessoria da SESED disse que a pasta “não tem viabilidade econômica” para bancar o projeto. Contudo, foi apresentada como contraproposta a possibilidade de o projeto ser aplicado via ‘Governo Cidadão’, Antigo ‘RN Sustentável' – o programa foi criado a partir de um acordo de empréstimo junto ao Banco Mundial. O termo de cooperação prevê que o Estado elabore projetos de desenvolvimento no sentido de criar condições para atrair investimentos. A instituição financeira é quem arca com o financiamento.

Pipolo explicou que, por questões estratégicas e de segurança, não é possível relatar detalhes de como o projeto deve ser aplicado. Porém, revelou que o GPC possui três etapas principais.

A primeira etapa do método GPC consiste no reprocessamento de dados criminais para que seja possível identificar os principais problemas enfrentados no combate à criminalidade no estado. “Com essa análise será possível fazer uma intervenção mais eficiente e com foco na resolução dos crimes, além de direcionar o planejamento policial para a prevenção”, comentou Pipolo.

O segundo ponto trata, prioritariamente, da própria Gestão de Problemas Criminais. “Neste momento serão criadas três áreas, que vão desde a análise permanente das informações, passa pelo efetivo combate à criminalidade, e chega ao núcleo de inteligência, que atua diretamente na prevenção e supervisão das estruturas já citadas anteriormente”.

Já na terceira etapa, serão incluídos projetos satélites; “com uso de muita tecnologias, medidas administrativas e implantação de políticas de segurança pública decorrentes das fases anteriores. Isso resulta em efeitos que a população vai poder perceber já a partir do 4º ou 5º mês após implantado o projeto”, ressalta Pipolo.

O consultor destaca que o projeto tem um resultado relativamente rápido porque abrange, de imediato, os cinco municípios onde a criminalidade aparece com maior ênfase – no caso Natal, Mossoró, Parnamirim, Ceará-Mirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba.

Participação popular

Por fim, Igor Pipolo fez questão de destacar que parte do projeto, ou do sucesso dele, vai depender de o Estado também criar mecanismos que possibilitem a participação da população. "A sociedade tem muito o que contribuir e ela quer fazer parte disso. Mas, o Estado precisa viabilizar tais condições. A ideia é usar um aplicativo para isso. Nele, o cidadão se cadastra e pode fazer denúncias, enviar conteúdos multimídia, como áudios, vídeos ou fotos, e ajudar as polícias”, reforçou

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