quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Prefeitura é a favor de desativar presídio onde houve massacre no RN

19/01 - Presos são vistos no telhado durante uma rebelião na penitenciária de Alcaçuz, perto de Natal, no Rio Grande do Norte (Foto: Josemar Gonçalves/Reuters)Bandeiras de facções são retiradas da Penitenciária de Alcaçuz, ocupada por agentes e policiais nesta terça (24) (Foto: Fred Carvalho/G1)Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Foi lá, no último dia 14, que pelo menos 26 detentos foram mortos durante a invasão de um pavilhão. A prefeitura da cidade publicou nota defendendo a desativação da unidade, que passa pela pior rebelião do Rio Grande do Norte. "A Prefeitura Municipal de Nísia Floresta fará o que estiver ao seu alcance para desativar e transferir o Presidio para outra localidade do Estado", traz a publicação.
De acordo com a nota, o município do litoral potiguar pretende utilizar a estrutura da penitenciária para construção de uma escola de formação profissional para a população local. A unidade prisional foi construída na comunidade de Alcaçuz em 1998.
Inaugurada em 1998 com foco na "humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Resultado: os presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar próximos à portaria.
Alcaçuz abriga presos de duas facções. O Sindicato RN, maior grupo criminoso do estado, ocupa três dos cinco pavilhões – 1, 2 e 4. O pavilhão 5 é destinado aos detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC). No 3 ficam aqueles que não integram facções criminosas."A Prefeitura Municipal de Nísia Floresta e o prefeito do município, Daniel Marinho, sempre se manifestaram contra a implantação da Penitenciária de Alcaçuz em seu território, por se tratar de um município que tem o turismo como uma das suas principais atividades econômicas, sendo, portanto, incompatível a convivência com a tranquilidade necessária a sustentabilidade do turismo.
 
Diante dos acontecimentos dos últimos anos, demonstrando total descontrole por parte do Governo do Estado, fica comprovada a fragilidade da localização da citada penitenciária, numa região geologicamente composta de areia e dunas, com total facilidade para escavação de túneis, facilitando as constantes fugas dos apenados, 
provam que a Prefeitura Municipal de Nísia Floresta sempre teve razão para tentar impedir a construção da Penitenciaria de Alcaçuz nessa região e sustentar a desativação da mesma.
 
A completa destruição da penitenciária pelos apenados amotinados, colocando em risco a já assustada população da região, traz à tona a necessidade da imediata 
relocação desse equipamento para um local distante da Região Metropolitana de Natal, de forma a eliminar os constantes riscos de fugas e a consequentemente tranquilizar os moradores, turistas e visitantes, como realmente deve ser um destino turístico.
 
Assim, a Prefeitura Municipal de Nísia Floresta fará o que estiver ao seu alcance para desativar e transferir o Presidio para outra localidade do Estado além de sugerir e articular a nível político a criação, naquela área, de um espaço destinado a uma escola de formação profissional para a população local. A decisão do Governo do Estado em desativar a Penitenciaria Estadual de Alcaçuz,conta sim com o apoio da Prefeitura Municipal de Nísia Floresta, que estará à disposição para contribuir no que for preciso para que, de fato, o presidio seja desativado”.Inicialmente, o governo planejava fazer uma permuta e levar para Alcaçuz 116 detentos sem ligações com facções que estavam Parnamirim. A juíza corregedora responsável pelo presídio, entretanto, impediu. Com isso, esses 116 foram levados para a cadeia pública de Natal. A prisão tem capacidade para acomodar 216 presos, mas com a chegada dos transferidos de Parnamirim passa a abrigar 676.


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